Será que ainda vale a pena investir no mercado farmacêutico no Brasil? O fato é que houve muitas mudanças no cenário econômico brasileiro, muito por causa da pandemia do Coronavírus.
Somado se a isso, o país enfrenta diversas oscilações em decisões políticas, aumento da inflação (principalmente nos combustíveis) e desvalorização do real perante o dólar. Tudo isso acaba interferindo diretamente na renda da população e consequentemente afetando o consumo de produtos.
Nesse texto, trouxemos um compilado de informações relevantes de diversas instituições de pesquisas e associações de indústrias, sobre o mercado farmacêutico no Brasil e suas perspectivas para o futuro, para que assim você possa ter um panorama atual do setor farmacêutico no país.
Continue a leitura para saber os números do mercado farmacêutico relevantes para sua farmácia e drogaria!
Achamos que você também vai gostar de:
>> Guia Completo: Passo a passo de como montar uma farmácia do zero
>> Lista Completa: 100 medicamentos mais vendidos em farmácia
>> 5 tendências do futuro que podem chegar na sua farmácia nos próximos anos
O que você quer ler primeiro?
Panorama do Mercado Farmacêutico no Mundo
Valor de vendas de produtos farmacêuticos no canal farma no Brasil
O canal farma no Brasil, entre os anos de 2014 e 2021, trouxeram cerca de 128,55 bilhões de dólares em vendas de produtos farmacêuticos, conforme aponta o levantamento da Statista.
Potencial do Mercado Farmacêutico no Brasil
O Brasil ocupa a 5ª posição no ranque dos países mais populosos do mundo. Possui atualmente cerca de 207 milhões de habitantes. Isso o torna altamente atrativo pelo potencial de consumo.
A população brasileira está envelhecendo em ritmo acentuado. Durante as próximas 3 décadas cerca de 20% da população estará com mais de 65 anos de idade.
Pirâmide etária está mudando no Brasil. A parte idosa da população brasileira, como mais de 60 anos, subiu cerca de 15% em 2022, segundo os dados do IBGE.
Para se ter uma ideia desse impacto, 10 anos antes, o percentual era de 11%.
Além do aumento dos mais velhos, também houve uma redução do número de pessoas jovens. Entre 2012 até 2022, o percentual de pessoas abaixo dos 30 anos caiu cerca de 50% para 43%.
Hoje, a idade da população brasileira está dessa forma:
- 0 a 4 anos: 7%;
- 5 a 17 anos: 18%;
- 18 a 24 anos: 11%;
- 25 a 39 anos: 24%;
- 40 a 59 anos: 26%;
- 60 anos ou mais: 15%.
Entre as regiões do país, o sudeste tem o maior percentual de idosos, com 17% de sua população.
A região sul fica quase empatado, enquanto o norte do Brasil é a região com menos idosos, apenas 10% da população.
Conforme estimado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o número de pessoas com mais 60 anos poderá chegar em 2 bilhões até 2050. Isso representará 1/5 da população mundial. Isso significa, que a demanda por medicamentos seguirá em crescimento.
Com uma população crescente que envelhece a cada ano, contrapondo essas informações demográficas, podemos concluir que o Brasil terá um acentuado crescimento na demanda por medicamentos e serviços de saúde. Nesse patamar as indústrias farmacêuticas, distribuidoras e varejistas vão faturar alto no mercado brasileiro.
Panorama do Mercado Farmacêutico no Brasil
Segundo a ABRAFARMA (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) até dezembro de 2022, o mercado farmacêutico no Brasil apresentou cerca de 90 mil estabelecimentos farmacêuticos registrados.
Conforme dados do IQVIA em seu relatório anual, a ABRAFARMA revelou que em 2022 foram 21,8% de farmácias participantes de associações ou franquias; 12% correspondendo à demais redes farmácia; 22,5% representam farmácias independentes (que não estão vinculadas com nenhuma rede) e os demais 43,70% são estabelecimentos vinculados com a ABRAFARMA.
A projeção da taxa de crescimento do varejo farmacêutico no Brasil em 2022 foi de 13,5%, sendo esperado para 2023 um crescimento na casa dos 11,4%, conforme divulgado pela Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo) os dados do instituto IQVIA.
No ano de 2021 o mercado farmacêutico no Brasil chegou a movimentar cerca de R$ 88,28 bilhões, o que equivale aproximadamente a US$ 14,92 bilhões (dólares), segundo a consultoria especializada IQVIA.
Ao compararmos o resultado de 2021, observamos um resultado 14,21% de crescimento em relação ao ano de 2020. Esses números indicam que o Brasil representa 2% do mercado mundial, ficando na 8ª colocação em faturamento no rank das 20 economias globais.
Nosso país se posiciona como líder na América Latina, ficando à frente de países como: México, Colômbia e Argentina.
Histórico do Mercado Farmacêutico no Brasil
Segundo levantamento do IMS Institute for Healthcare Informatics, em 2010 o Brasil ocupava 10ª posição mundial no ranking que avalia o uso global de mercados, isto é, o consumo de fármacos pela população.
Em 2015, o país subiu para a 7ª posição, e já em 2020 passou a ocupar o 5º lugar no ranking global no consumo de medicamentos.
Conforme revela o relatório da QuintilesIMS Institute o Brasil ocupará a 5ª posição do Ranking dos Mercados Farmacêuticos do mundo no ano de 2022.
Como visto, o mercado farmacêutico está em constante ebulição no país, isso desperta o interesse de diversas empresas atuarem nesse nicho.
O relatório anual da INTERFARMA (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) revelou que o mercado farmacêutico brasileiro já ultrapassou a marca de R$ 100 bilhões em 2019, chegando a R$ 102,8 bilhões, referente as vendas de todos os laboratórios presentes no país. Esse montante representa um crescimento de aproximadamente 11,4% em comparação ao ano de 2018.
Já o levantamento da SINDUSFARMA (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) aponta que em 2020 o mercado no Brasil de medicamentos teve R$ 76,98 bilhões de movimentação. Esse valor é equivalente a US$ 15,02 bilhões. Ainda, segundo a consultoria especializada no canal farma IQVIA, aconteceu um acréscimo de cerca de 11,40% em reais, se comparado o mesmo período com o ano anterior (2019).
Toda essa quantia de movimentações do mercado farmacêutico no Brasil representa aproximadamente 2% do mercado global, levando o país à 7º posição mundial no ranque das 20 principais economias do mundo. Se formos analisar somente a América Latina, o Brasil é líder no mercado farmacêutico, se posicionando na frente de países como: México, Colômbia e Argentina.
Quer entender melhor sobre o varejo e mercado farmacêutico no Brasil? Assista agora o curso gratuito disponível no YouTube.
Mercado farmacêutico: indústrias do Brasil
De acordo com dados do Anuário Estatístico do Mercado Farmacêutico divulgado pela Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED), em 2022 o mercado farmacêutico industrial no Brasil faturou R$ 131,2 bilhões.
Ainda segundo o mesmo anuário, foram cerca de 5,7 bilhões de embalagens comercializadas em 13.817 apresentações de 4.748 produtos, com cerca de 505 classes terapêuticas distintas e mais de 2.000 princípios ativos e associações.
No ano de 2021, foram contabilizadas 349 indústrias de medicamentos no Brasil, sendo 118 empresas multinacionais, ou seja, 33,81%. As demais 231 (66,19%) são de capital nacional.
Ao analisarmos o mercado, as indústrias de capital nacional detinham 59,27% do faturamento, sendo correspondente a 80,46% de caixas vendidas (unidades).
O fato das empresas brasileiras estarem na dianteira das vendas é explicado pelo importante crescimento nas vendas dos medicamentos genéricos, além da ampliação do parque fabril.
Quando voltamos o olhar para a geração de empregos, somente em 2021 foram gerados cerca de 90 mil novos postos de trabalho direto nas indústrias farmacêuticas, de acordo com o Ministério da Economia.
Histórico de resultados da indústrias farmacêuticas no Brasil
No anuário da Secretaria Executiva da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (SCMED) é apresentado as estatísticas do mercado farmacêutico no Brasil. Segundo a SCMED, o mercado farmacêutico industrial no Brasil em 2019 pode ser resumido nos seguintes números:
- R$ 85,9 bilhões de faturamento;
- 5,3 bilhões de embalagens comercializadas;
- 13.888 apresentações comercializadas;
- 5.897 produtos comercializados;
- 1.395 princípios ativos e associações;
- 502 Subclasses terapêuticas;
- 224 empresas.
O anuário ainda concluí que o Preço Médio global praticado no período ficou na casa dos R$ 16,34. Para fins de cálculos foi utilizada a fórmula: faturamento total do setor dividido pelos totais das embalagens vendidas em 2019.
Ao olharmos para dentro do país, mais especificamente na indústria do mercado e varejo farmacêutico, a SINDUSFARMA apontou em 2020 a presença de 441 empresas farmacêuticas atuando no mercado brasileiro de medicamentos.
Todas essas indústrias, juntas, possuem o faturamento de R$ 100.000,00 ao ano, de acordo com a análise da consultoria IQVIA. Dessas 441 indústrias farmacêuticas, 20%, ou seja, 89 são de origem internacional, isto é, possuem matriz no exterior. Já 80%, ou seja, 352 indústrias farmacêuticas possuem capital nacional.
O Estado de São Paulo é a região que mais concentra a indústria de medicamentos do mercado farmacêutico, sediando cerca de 45% de todas as empresas farmacêuticas.
Do ponto de vista de geração de empregos, a indústria nacional de medicamentos no ano de 2020 foi responsável por 90.025 empregos diretos, segundo dados do próprio Ministério do Trabalho e Previdência (RAIS).
Mercado farmacêutico: exportações da indústria de medicamentos
Ainda é tímida a presença de produtos fabricados no Brasil em outros países, isso acontece em parte, devido as alíquotas de importação de insumos e entraves relacionados às exportações. De forma resumida, o Brasil tem muito no que avançar em relação a burocracia, carga tributária e modernização de tarifas.
Apesar desse cenário, existe uma expansão do mercado farmacêutico do Brasil para o exterior. Muitas empresas do país estão em processo de internacionalização, isto é, se adequando para vender para outros países.
O relatório anual da INTERFARMA mostrou um déficit na balança comercial de medicamentos no Brasil, ou seja, o país ainda importa mais do que exporta. No ano de 2019 foram registrados mais de R$ 6 bilhões de déficit.
A SINDUSFARMA apontou que a indústria farmacêutica brasileira fechou 2020 com saldo de US$ 1,07 bilhão em exportações. Ao comparar o resultado com o ano anterior, a SINDUSFARMA revelou um decréscimo de 7,20%.
Entretendo, o saldo ainda é tido como positivo para o setor, pois se analisarmos no começo das exportações, em meados dos anos 2000, as exportações foram 5 vezes menores do que em 2020.
>> Lista completa de distribuidor farmacêutico + 5 dicas para farmácia
Mercado farmacêutico: projeções para o varejo
O mercado farmacêutico passou por mudanças durante o período de pandemia, isso refletiu na troca de antigos hábitos pelos consumidores brasileiros. Em relação os medicamentos, a pandemia do Coronavírus elevou o consumo dos medicamentos sem tarja.
Os medicamentos que não precisam de receita para serem vendidos, é uma categoria muito rentável para os estabelecimentos farmacêuticos, justamente por isso está em constante investimento por parte da indústria farmacêutica, que sempre renova as opções de produtos.
De acordo com Christian Carvalho Becker, General Manager Brasil do Close-up, em entrevista para o periódico UPPharma:
“Produtos como novalgina, tylenol, soros, antialérgicos etc., sempre estiveram no portfólio de escolha dos médicos. Historicamente, existe uma teoria de que os médicos não prescrevem produtos que estão na mídia. Isso para evitar que o paciente tenha a impressão de que a ida ao consultório e o pagamento de uma consulta poderiam ser evitados. Aqui é importante destacar que o prescritor, na verdade, diminui a prescrição se um produto parar também de ser promovido via Força de Vendas e começar a receber propaganda direta ao consumidor”.
O que já está nítido são consumidores mais bem esclarecidos, que buscam mais informações antes de comprar medicamentos. Eles estão à procura de medicamentos que não precisam de receita, justamente pela simplicidade de comprar o remédio sem ter que passar por consulta médica.
De acordo com a base de dados da Close-up, os medicamentos MIP (Medicamentos Isentos de Prescrição) tem uma representatividade de 5% nos últimos meses, (entre setembro de 2020 a janeiro 2022) com um ganho de 0,2pp ao comparar com o mesmo período do ano anterior.
Ainda segundo dados da Close-up, os medicamentos MIPs (também chamados de OTC) tiveram uma representatividade em Reais Descontos de 15,8% nos últimos 12 meses com crescimento de 19,5%.
Ao analisarmos as projeções é perceptível uma tendência de crescimento na representatividade dessa categoria, alcançando 18,7% no mês de janeiro de 2022.
Fica claro que o consumidor está em busca de medicamentos da categoria OTC, isto é, aqueles que não necessitam de prescrição médica para serem comprados. Apostar nesses produtos é uma ótima estratégia a ser adotada pelas farmácias e drogarias, conforme os dados analisados.
Assista ao vídeo e confira as dicas para melhorar as vendas do medicamentos OTC na sua farmácia:
A QuintilesIMS Institute calculou a estimativa de gastos com medicamentos e volume de vendas para o ano de 2022. No cálculo foram considerados os grupos de Referência, Similares e Similares sem marca, MIP (Medicamentos Isentos de Prescrição Médica) e outros.
A INTERFARMA apontou que o perfil do consumidor no mercado farmacêutico brasileiro tende a ser, em sua maioria, um público que gasta mais com medicamentos já consolidados no varejo, com mais de 11 anos de presença no mercado.
Isso indica que no mix de produtos a farmácia precisa contar com medicamentos já conhecidos pelos consumidores, isto é, aqueles são “famosos” entre as pessoas.
Diante dessas projeções sua farmácia deve se posicionar claramente no mercado com o mix de produto ideal para atender os consumidores. Para se ter uma ideia o medicamento mais vendido nas farmácias brasileiras entre os anos de 2013 e 2017 foi o Dorflex.
Confira o Ranking dos Medicamentos Mais Vendidos e veja se esses dados vão de encontro com suas vendas no período.
Entre correlatos e perfumaria os produtos para cabelos se destacam como sendo os mais procurados e mais rentáveis para as farmácias.
É uma boa alternativa para os estabelecimentos farmacêuticos também oferecerem essa linha de produtos, visto também que muitos desses itens não possuem PMC (Preço Máximo ao Consumidor), garantindo uma melhor margem de lucro.
Confira algumas dicas de como aumentar a venda dessa categoria de produtos na sua loja:
A farmácia pode, inclusive, criar kit de produtos juntando diversos itens num outro produto, dessa forma agregando mais valor para o consumidor moderno que busca mais opções de sortimento e variedade.
Conclusão
O Brasil é um país emergente, deixando muito a desejar em infraestrutura, distribuição de renda e geração de empregos. Além disso, o país está passando por uma transição política, o que afeta diretamente a decisão dos investidores sobre a certeza de investimentos no mercado farmacêutico brasileiro.
Muito se fala do “custo Brasil”, que é o jargão popular dos investidores para os custos de se fazer negócios em terras brasileiras. Isso impacta diretamente na expansão do mercado farmacêutico, visto que existem muitas barreiras tributárias e burocráticas no país, afugentando quem deseja empreender.
Mesmo com todas essas dificuldades, o Brasil ainda é um país com muito potencial para ser explorado no mercado farmacêutico, pois sua população é muito jovem e conforme envelhece tende a consumir mais medicamentos. Em outro prisma, as terras tupiniquins possuem uma vastidão de matérias primas para a indústria farmacêutica, o que promove o interesse de grandes grupos se instalarem no país.
Como visto, as projeções para o futuro são animadoras para o mercado farmacêutico no Brasil, valendo muito a pena investir nas atividades de saúde nas terras brasileiras, principalmente no varejo (farmácias e drogarias).
Agora que você já teve uma boa noção dos números do mercado farmacêutico no Brasil, vêm conhecer nossas soluções para automatizar e gerenciar farmácias e drogarias! Fale agora mesmo com o especialista e peça sua demonstração gratuita! Se preferir, chame no WhatsApp!
Para ter mais conteúdo do mercado farmacêutico, se inscreva no nosso Canal do YouTube e siga nossa página do Facebook!